segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

1º capítulo (é uma pequenina parte)

 

Epílogo

Nunca pensei que um dia eu pudesse chegar a um tempo tão distante do meu, e que eu poderia me apaixonar por uma pessoa de outro tempo; uma pessoa desconhecida que daria a sua vida para salvar a de uma segunda sem mesmo lhe perguntar o nome.

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Era quarta-feira e meus pais resolveram que nós iríamos passear de carro por Dubai, no Emirados Árabes Unidos,ao meio-dia.O sol estava a pino, e o bloqueador não estava fazendo muita diferença em meio ao calor infernal que fazia.

Meus pais eram o tipo de casal aventureiro, que não tem casa fixa, e não sei como, tem rios e rios de dinheiro para gastar em viagens pelo mundo. Só queria saber como eles faziam isso...

- Jane, estamos entrando agora no deserto! - minha mãe, Christine, tinha um humor maravilhoso, não importava o quanto à situação estivesse alarmante, ela sempre dava um jeito de nos deixar calmos. Ela era psicóloga, talvez fosse isso. - Olhei pela janela do carro e vi a onda de calor que vinha, uma após a outra, como ondas. As dunas de areia pareciam preguiçosas, a se render e deixar alguns grãos voarem. Não havia vento, só ar quente.

- Mike, vira pra direita, pra direita!-Christine começou a gritar. Mas o que estava acontecendo?

- Eu estou virando!O que aconteceu com ele?! - meu pai, Mike, também gritava. Eram raras as situações em que Mike gritava. Meu pai dirigia muito bem, já fora há tempos atrás, piloto de corrida. Se aposentou ou despediu-se, não sei até hoje.

-Oh, não, o motorista está desmaiado. Mike, vire depressa!

-Estou tentando, mas ele está na mesma direção!
-O que?Desmaiado? - Botei a cabeça para fora do Jeep, e vi o caminhão vindo para o lado contrário de sua pista, a pista em que nós estávamos. -Pai, vira depressa!Ele vai bater! - me desesperei. Seria esse o meu fim?Seria esse o fim das aventuras em família, que há quatorze anos acontecia?

-Jane, Chris...eu amo vocês...

-O que?-Meu pai estava desistindo era isso?Nesse momento, o caminhão se chocou contra nosso jeep e logo depois, nos atingiu.

Estava escuro.

Uma dor enlouqueçedora cutucava minha perna e meu braço em conjunto de minha coluna como o badalar de um sino. Blem, blom, blem, blom. Meu peito estava sufocado por alguma coisa que não sabia o que era. Meus olhos doíam e se mostravam muito relutantes para abrir e ver o que estava acontecendo. Eu parecia ter passado em uma máquina de moer carne, mas essa máquina não amassava carne bovina, ela amassava carne humana.

Abri os olhos doloridos e por um momento, fiquei cega devido à luz que estava no quarto. Olhei em volta. Um quarto de hospital. O que eu estaria fazendo em um quarto de hospital? - semicerrei os olhos e reparei a bolsa de soro e o marca passos. A dor ainda me atormentava, e dessa vez estava era na cabeça.

Uma enfermeira entrou no quarto e falou entre um largo sorriso.

- Doutor, a paciente acordou. – seu grito ecoou em minha mente. A dor estava piorando a cada minuto que se passava.

- Jane!Você acordou, finalmente!Só não te dou um abraço porque você está de cama. – sorriu o bondoso velhinho. Doutor...o doutor me conhece?Abri a boca para falar, mas a voz não saia.

- Calma, não faça tanto esforço. Eu sou Marcos, Dr°Marcos, amigo de infância de seu pai. Quando soube que vocês vieram para Dubai fiquei felicíssimo, mas não acreditei quando me contaram da tragédia. Meus pêsames. – Marcos era um amigo do meu pai, acho que já o vira algumas vezes.

Tragédia.

A palavra ecoou em meus pensamentos.

Tragédia...Por um momento vi um caminhão indo em direção ao jeep em que meus pais e eu estávamos. A lembrança se repetiu várias vezes. Era isso. Isso tinha acontecido, por isso o quarto de hospital, a enfermeira, o médico...eu estava hospitalizada.
- Jane, você foi à única que sobreviveu ao acidente. Você ficou em coma durante dois meses, acho que a batida foi muito forte; mas eu sabia que você viveria, você é forte. Infelizmente, você fraturou três costelas, quebrou um braço e uma perna, e teve de suturar uma parte da cabeça. Foi pura sorte você não ter morrido! – Marcos falava baixo, mas com uma alegria contagiante. Eu era a única infeliz do quarto. Havia perdido meus pais já tinha dois meses, e esses dois meses, dormi, ao invés de choramingar no túmulo deles.

Sentia-me impotente.

As lágrimas jorravam dos olhos, como se fossem quedas d’água. O soluço veio junto, e logo após para acompanhar, o berreiro. Os dois meses de coma resultaram em um dia inteiro de lágrimas. E eu não podia fazer nada.

 

TRÊS MESES DEPOIS...

Capítulo 1

Rosas silvestres

- Chegamos. – Falou o taxista. Olhei pela janela do carro e avistei um sobradinho amarelo rodeado de árvores. Em cada janela havia uma floreira com lírios brancos e algumas rosas; hora pendendo para o lado, hora para baixo. Ventava forte, e as árvores davam um ar obscuro como plano de fundo e a casinha dava um dêgradê convidativo, o que me alegrou.
- Fica... 25 dólares. – Falou o taxista. Dei o dinheiro e fechei a porta. Peguei duas malas de mão, enquanto o taxista pegava com dificuldade a única de rodinhas.

Dei mais uma olhada na casa e nas árvores sombrias que pareciam me encarar. Será que havia realmente alguém habitando a casa além de fantasmas; alguém de carne e osso como eu?

O motorista já estava dando a partida enquanto eu subia os degrais da varanda. Não havia mais volta. Eu estava sozinha e amedrontada, e um pouco arrependida por escolher uma casa no meio do mato em um vilarejo sombrio. Tarde demais para arrependimentos.

Peguei na maçaneta dourada da porta e girei, abrindo-a. A porta rangeu. Estremeci.

- Vovó? - Sussurrei. Abri mais um pouco da porta e sussurrei novamente:
- Vovó? - Olhei entre a porta semi-aberta. O interior da casa era todo revestido em madeira. Na sala de visitas havia um espelho em mogno antigo junto de uma mesinha que parecia ser de alguns séculos atraz, e um tapete com desenhos e curvas persas; certamente itens de colecionador. “Uma casa luxuosa”, pensei, “mas no meio de árvores, bem longe da metrópole”.

Voltei e peguei as duas maletas e coloquei dentro da casa. Voltei para fora novamente e estava começando a garoar. Peguei a última mala: a de rodinhas. O taxista não estava errado sobre o peso da mala, ela estava realmente pesada. Subi com dificuldade e no quarto e último degrau, eu já estava arfante. Todo esse peso podia fazer mal ás minhas poucas costelas restantes.

- Se o doutor souber disso...- suspirei.

 

Tem MUITA coisa pra colocar aqui xD’ dps eu coloco mais, ok?
Ayasumii :*

Um comentário:

  1. amei *w*
    posta mais
    vou ficar acompanhando seu blog.
    que fazer parceira comigo? faço propagando do teu blog no meu
    bjs, sua feia <3

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