sábado, 21 de abril de 2012

Bartolomeu

Bartolomeu, meu amor
Sentirás saudades de mim quando eu me for?
Pois existirá apenas este corpo branco e gelado
Para tentar te aquecer em tuas andanças.
Estarei gelada sob a chuva forte que nos acolhe.

Bartolomeu, meu amor
Lembrarás de minhas juras?
De quando eu precisei e você me amou,
De quando eu chorei e você chorou também?
Estarei gelada sob as suas fortes lágrimas.

Bartolomeu, meu querido
Recordarás do nosso primeiro contato?
De quando falei contigo, tentei mirar teu olhar?
De quando humidecestes meus lábios, meu rosto,
meu corpo, meu ser?
Estarei gelada ainda envolta em teus braços quentes.

Bartolomeu, meu querido
Chorarás a minha morte, não?
Pois ainda sou humana, e não posso te acompanhar
nessa viagem imortal;
Será como morrer duas vezes,
eu junto a você.

Mas não tentes me ressuscitar.
Apenas me ame ternamente, como eu te amei
Durma ao meu lado profundamente, para sempre.
Como eu sempre sonhei.