É horrível se sentir presa. Horrível.
Passei um ano inteiro da minha vida mentindo para mim mesma que isso não acontecia. Me enterrei em livros, esqueci de mim mesma e vivi diferentes estórias para não lembrar de minha clausura. Menti para mim mesma.
Estou agora no segundo ano da faculdade, curso Artes Visuais. E o mais terrível é todos os dias - pelo menos de quarta a sexta-feira - refletir que preciso mudar mais ainda. Evoluí, é claro. E muito. Mas preciso melhorar mais. Me amar mais e ser mais forte para aguentar com responsabilidade tudo o que quero fazer, tudo o que tenho direito a fazer. Não sou um ser humano livre? Pois que bem! Se eu não escolher respirar, ninguém respirará por mim!
Sair da heteronomia é difícil. Eu tenho medo das consequências. Mas tenho mais medo ainda das consequências futuras do viver sempre neste torpor.
Não quero, assim como o sapo cozido, morrer lentamente. Quero lutar pelos meus ideais. Quero viver e ser livre!
Só sei que me sinto sufocada. Sem ar, enquanto escrevo. Só queria que eles me entendessem...