sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Despiu-se a lua no horizonte.
A bruma da meia-noite
veio de longe
a acompanhá-la.

Olho para seu brilhante resplendor,
na negra e cálida treva,
e rogo-lhe para que me deixe;
eu e minha solidão.

Ternamente ela nada responde.
Apenas brilha, cintila na imensidão escura,
insiste em coletar o orvalho único,
o meu orvalhar noturno.

Lívida de cansaço, me deito na relva
e inspiro o último cântico da vida.
Vai minha acompanhante,
Vem minha amante.

As árvores suspiram, os ventos uivam,
apenas o céu chora.
E mesmo depois de desprezada,
gelada e imóvel ela ainda me olha.

Agora sei o que é o vazio.
Agora sei o que é estar só.

-------
acompanhante=a vida
amante=a morte

É. Acho que voltei.
[postei mais no nyah -entitulado 'poesias']

3 comentários:

  1. mesmo depois de tanto tempo sem aparecer aqui, vejo que teu jeito maravilindo de escrever não muda nem fica pior. Pelo contrário. É sempre um prazer ler coisas tão bonitas e que tocam. *W*

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  2. CHOREI, DE BOA. COM OS DOIS COMENTÁRIOS. Ç-Ç
    OBRIGADA <3

    São vocês a brisa, o vento, o sopro que fazem a maré dos meus pensamentos vibrar, e a vela da embarcação do meu ser continuar a navegar, criando e recriando novas coisas.

    <33

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